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Bati no meu filho(a)! E agora?

Bati no meu filho(a)! E agora?

O post anterior foi um relato pessoal de como a maternidade chegou em minha vida. Mas nós sabemos que muitas mães nascem de um método contraceptivo que falhou, uma espera de anos na fertilização in vitro, uma adoção, um planejamento familiar unilateral e até mesmo uma violência.

O fato é que nenhuma de nós está totalmente preparada para essa função tão desafiadora. É a melhor tarefa e a mais difícil.  Nenhuma área da sua vida tem tanto poder de fazer com que você se sinta no 1º lugar do pódio quando tudo dá certo, ou que se sinta o maior fracasso do mundo quando as coisas dão errado.

Lidar com o turbilhão de emoções que chegam junto da maternidade pode ser muito estressante.  Apesar dos recursos atuais, muito acesso à informação, ainda há uma lacuna enorme em nossa sociedade a respeito de como conduzir as nossas vidas nessa área.  Isso acontece porque a maioria de nós não teve um modelo ideal para seguir. Com todo respeito às nossas mães, que também vivenciaram suas dificuldades.

Os erros fazem parte! Mas alguns deles causam profundo arrependimento e dor. Bater em um filho é um bom exemplo de como isso pode acontecer. A pergunta é: por que esse tipo de prática ainda existe?

Inicialmente é preciso ressaltar que a disciplina é indispensável na vida dos filhos. A boa notícia é que temos várias alternativas e as palmadas podem ser aposentadas.  Se você já usou de violência com seu filho(a), seja uma palmada, um safanão ou algo parecido, se pergunte porque fez isso. A resposta provavelmente será: eu fiquei com raiva, brava, nervosa, chateada… a partir da resposta é possível perceber que o ato aconteceu devido ao que você estava sentindo, independente do que seu filho tenha feito. Então, podemos concluir que se nós deixarmos a raiva ou qualquer outro sentimento semelhante passar, nós vamos com certeza, ter uma atitude mais assertiva.

Tenho aqui alguns bons motivos para usar outro tipo de disciplina. Como consequência de uma agressão física, a criança pode começar a ter medo de você. Isso vai gerar um distanciamento e mentiras podem começar a surgir como uma tentativa de esconder possíveis motivos que farão ela apanhar de novo.  Seu filho começa a desenvolver a violência como um recurso automático na vida dele e irá replicar esse comportamento em suas próprias relações, tanto na infância quanto na fase adulta. Outro efeito terrível é que essa criança se torna mais vulnerável emocionalmente e, por consequência, uma provável vítima de abusos diversos.

Bateu, peça desculpas, mostre para seu filho que errou e está arrependida.  Deixe claro que, quando ele fizer algo ruim, merecerá um castigo, você pode inclusive deixar previamente combinado qual será a disciplina aplicada. Se comprometa a não bater mais e busque o autocontrole. Assumir os seus erros, não diminui sua autoridade como mãe.

Sim, é uma super responsabilidade, mas se queremos seres humanos melhores, temos que nos aprimorar. Você não tem que fazer isso sozinha, podemos e devemos buscar ajuda, profissional, espiritual, familiar, enfim onde ela puder ser encontrada.  Não é fácil, mas é possível.  Comece hoje a pensar sobre isso.

Por Karyne Tomaz
Graduada em Comunicação Social
MBA em Liderança e Gestão de Pessoas
Mãe da Marina

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