Informação

Secos e Molhados 1973: Um álbum cinquentão e uma voz octogenária

Secos e Molhados 1973: Um álbum cinquentão e uma voz octogenária

Quatro cabeças sobre bandejas em uma mesa farta. Se uma imagem vale mais do que mil palavras, o grupo Secos e Molhados que estreava em 1973 tinha muito o que mostrar, cantar e insinuar, porque em regime de exceção não era possível exercer a liberdade de expressão garantida a todos. Sua cabeça poderia ser o grande prêmio de algum general enraivecido com críticas ao sistema.

As cabeças icônicas são de Ney Matogrosso, João Ricardo, Gerson Conrad e Marcelo Frias. Mas a inconfundível voz é de Ney. Daí fica a dúvida. Era Ney de Souza Pereira que incorporava a personagem Ney Matogrosso com roupas e pinturas extravagantes ou era a própria personagem que assumia o controle quase fazendo inexistir o dono da identidade?

A essa altura, 50 anos depois, isso não faz a menor diferença. Esse primeiro álbum lançou a voz que seria considerada pela revista Rolling Stone, em 2012, como a 3ª maior voz do Brasil, atrás apenas de Elis Regina e Tim Maia.

Um dos contra tenores mais bem sucedidos na cena musical brasileira, Ney tem 82 anos e coleciona sucessos que marcaram gerações com irreverência e emoção, como é o caso de “O vira” que fala sobre fantasia e sexualidade e “Poema” que fala sobre um profundo amor entre neto e avó.

Os versos foram escritos por Cazuza para sua avó. Após ambos morrerem, a mãe de Cazuza, Lucinha, entregou os versos para o cantor e compositor Frejat que o musicou e escolheu Ney Matogrosso para gravar. Em 1992 os versos ganharam vida, som e até alma.

E estão por aí a alegrar e iluminar nossos caminhos pela beleza do que aconteceu há minutos atrás.

Redação: Celebra Goiás
Imagem: Veja São Paulo

Deixe um resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *